Travels of the Three Kings. By Salvador Dalí |
Acelino
Pontes
(ex-Max
Planck-Institut für Hirnforschung, Köln.
Estudos
do Direito, Filosofia, Física, Matemática, Medicina, Psicologia e
Teologia;
em
Berlin, em Fortaleza, em Köln, em Lisboa e em München.
Professor
visitante: Berlin
(FU),
Bonn,
Hannover
(MHH),
München
(LMU))
Analisar e
compreender trabalho, nos leva a pesquisar alguns juízos que nos
legaram grandes pensadores.
No texto do poeta
grego Hesíodo "O Trabalho e os Dias", encontramos
um analise da questão do trabalho, ressaltando a organização da
sociedade, investigando sua origem e suas limitações. Em todo o
decorrer do texto, o autor tem uma visão idealizada; acredita que o
ócio e a inércia encontram-se estritamente atrelados à injustiça,
à desonra e ao pecado. A obra é dotada de um cunho claramente
ético. Defende o trabalho como forma de alcançar a felicidade e a
prosperidade, sob uma lei divina. A obra é dotada de um cunho
claramente ético. Defende o trabalho como forma de alcançar a
felicidade e a prosperidade, sob uma lei divina.
Friedrich Engels,
filósofo e importante ativista alemão e que cultivava posturas
teóricas e políticas revolucionárias, já assinalava a importância
do trabalho na vida humana, conforme se toma desta sua assertiva: "O
trabalho é a fonte de toda riqueza e cultura".
O trabalho, porém,
é muitíssimo mais do que isso. É a condição básica e
fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo
ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. Marx
diz que o Trabalho é a relação do homem com a natureza da qual faz
parte. Na visão marxista, os conceitos de natureza e homem aparecem
como interligados, a natureza é um conceito limite, algo como uma
“interioridade absoluta”, uma totalidade, tudo o que
existe é a natureza sob uma forma determinada. Marx vai
sustentar a predominância da natureza sobre o espírito, ou seja, a
anterioridade do mundo natural ante o homem. Desse modo, podemos
constatar que o homem é um produto tardio e contingente na história
da natureza. O que equivale a dizer que o próprio homem é um
momento da natureza, a qual, distinguindo-se de si mesma, torna-se
ativa e pensante no homem – momento especulativo da relação
sujeito-objeto.
Fonte Internet. |
Podemos perceber
claramente o homem como um momento tardio do mundo natural, quando
Marx fala que “a objetivação da essência humana, tanto
no aspecto teórico como no aspecto prático, é, pois, necessária,
tanto para tornar humano o sentido do homem, como para criar o
sentido humano correspondente à riqueza plena da essência humana e
natural”. Entretanto, a diferenciação do homem perante os
animais se faz a partir do momento em que ele começa a produzir para
viver. Porém, o ser humano não age apenas em função das
necessidades imediatas e nem sempre se guia pelos instintos, em
contrário do que fazem os animais. Os homens são capazes de
antecipar na sua cabeça os resultados das suas ações, sendo desse
modo, capazes de escolher os caminhos a seguir. É como Marx
descreve, em “O Capital”, "o que distingue, de
antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu a
favo na cabeça, antes de construí-la em cera".
No fim do processo
de trabalho, obtêm-se um resultado que já no início deste existiu
na imaginação do trabalhador, e, portanto idealmente. Assim, o
trabalho criou para o homem a possibilidade de ir além da pura
natureza, podendo contrapor-se como sujeito ao mundo dos objetos,
conquistando assim certa autonomia diante dela. É essa, uma resumida
concepção da importância do trabalho na vida do homem.
Pontes,
Acelino: A Importância do Trabalho na Vida do Homem. Praxis Jurídica, Ano III, N.º 04, 05.11.2016 (ISSN
2359-3059). Disponível em: <http://praxis-juridica.blogspot.com.br/2016/11/a-importancia-do-trabalho-na-vida-do.html>. Acesso em:
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